A mídia cansou de alardear nesta semana o comportamento pra lá de censurável de uma parte de candidatos à Prefeitura de São Paulo. O que se viu foi uma demonstração inequívoca de condutas censuráveis e calamitosas.
Pra falar mesmo a verdade, minha vontade não é nem a de tocar nesse assunto, tamanha é a repugnância que isso me provoca. Mas, como o dever do jornalista e do comunicador de opinião é passar ao público, com os devidos comentários, o que a sociedade reflete em determinados momentos, parece que não nos resta outra alternativa senão mergulhar no assunto.
A continuar dessa maneira, o Brasil vai ganhar a medalha de ouro no quesito excentricidade. Estamos vivendo lá fora um lugar de destaque entre os países habituados a provocar risos e a criar comportamentos circenses.
Não é possível que nossos políticos não tenham a menor compostura e deixem de apresentar condutas no mínimo razoáveis em suas andanças à cata de prosélitos. O que o Brasil presenciou na última semana foi um espetáculo abaixo da crítica e dos parcos padrões de civilidade. A Prefeitura de São Paulo está sendo pleiteada por um punhado senão de vândalos, no mínimo de despreparados e risíveis competidores. Os que se salvam são poucos e, assim mesmo, com severas restrições.
Senhores e senhoras, o que se espera de candidatos a um posto tão significativo — o de Prefeito da maior cidade da América do Sul — por si só seria motivo de orgulho para qualquer candidato que se preze. Infelizmente, a maioria aspirante ao posto não tem mostrado nenhuma gota de preparo ou competência.
Nem pretendo citar nomes nesta oportunidade. O público está sofrendo as consequências de uma campanha política pobre, despreparada, e desprovida de senso ou equilíbrio. Não bastassem as palavras de baixo calão, o que se viu nesta semana que passou, foi uma demonstração de desequilíbrio emocional e de ausência de educação. Ao atacar o oponente com uma cadeirada, em pleno palco de debates sobre o cargo em disputa, além do corre-corre ridículo, palavras de baixíssimo nível encheram corredores e palco do lamentável episódio.
Nesta oportunidade, gostaríamos de ter a quem recorrer e pedir ordem na casa e vergonha na cara. Mas, nem isso podemos fazer, porque nossas instituições estão falidas e apodrecidas. Sente-se a podridão de longe e os bafios do descalabro infestam desde os mais altos salões até as pocilgas que fazem de tudo para parecerem o que não são e a não exalarem o cheiro acre da desonestidade e decomposição.
Pensam os senhores que não nos sentimos em uma posição de desconforto tendo de colocar desabridamente o dedo na ferida? Pensam que é agradável comentar fatos como os de agora que expõem nosso país a um vexame internacional? Não! Melhor seria falar sobre assuntos menos drásticos e mais palatáveis. Infelizmente, até mesmo essas oportunidades mais corriqueiras tem-nos faltado. Quando não caímos nos assuntos mais escabrosos faltam-nos fatos menos rudes para comentar.
O que pedimos às autoridades fazer quando um cão escapa das correntes e ataca um transeunte? O que exigimos do dono da fera quando ela escapa e ataca um cidadão? Buscamos proteção e segurança ao sair à rua, ao adentrar um restaurante, ao entrar em qualquer local público ou privado. Que segurança nos oferecem quando caímos nas garras de cães bravios ou meramente provocadores? Por que, então, temos de nos sujeitar aos altos e baixos de uma população que pouco faz para viver socialmente e constantemente nos expõe a vexames? Está faltando punição mais severa para quem não aprendeu ainda a viver socialmente. Prisão é pra quem precisa e merece. Arre!!!